“A MÚSICA E OS MÚSICOS”

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de setembro de 2019 às 16:05
  • Modificado em 29 de outubro de 2020 às 23:43
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Ao se separarem, no fim dos anos 60, os Beatles deixaram um confuso legado em Let It Be. Companheiros da mesma década, Simon & Garfunkel se despediram com mais elegância, com um álbum que tem em sua faixa-título, “Bridge Over Troubled Watar”, um hino clássico.

Pequena em estatura e estilo, a dupla manteve sua grandeza graças a canções maravilhosas como “The Sounds of Silence”, de 1965 e “América”, de 1968. Em 1969, uma prévia de “Bridge Over Troubled Water”- o hit “The Boxer”- confirmou, de uma vez por todas, que o compositor Paul Simon não era mais ofuscado por Bob Dylan.

E, como Dylan, Simon escrevia letras poéticas. Mas, como Smokey Robinson, compunha músicas deliciosas que podiam ser cantadas tanto por crianças como por Aretha Franklin. De certa forma, a épica faixa-título não faz justiça a “Bridge Over Troubled Water”, porque não dá pistas de que, dentro do álbum, há canções vivas e alegres como “Cecilia” e “El Condor Pasa(If I Could)”.

Há também músicas delicadas e ilusórias, no caso de “The Only Living Boy In New York” e “So Long Frank Lloyd Wright”. Ambas foram escritas por Simon para seu futuro ex-parceiro Art Garfunkel, que tinha estudado arquitetura (daí a referência a Frank Lloyd Wright). Garfunkel havia abandonado algumas sessões de gravação para atuar no filme Ardil 22.

“Bridge…” é fácil de se gostar, mesmo para quem não liga para briga de parceiros ou música folk. Ao ouvir este disco, pode-se entender por que tanta gente fica com os olhos cheios d’água toda vez que os velhos companheiros fazem as pazes por tempo suficiente para cantarem juntos.

Fontes : “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer”- Robert Dimery

Revista da Música

Arquivo Pessoal de Dados

Foto: Divulgação


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