Cresce número de mulheres envolvidas na produção de café na região de Franca

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  • Publicado em 30 de maio de 2020 às 00:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:47
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Segundo Cocapec, nos últimos oito anos o aumento da presença feminina na cafeicultura foi de 9%

Cada vez mais presente nas atividades do campo, o número de mulheres envolvidas na produção de café do maior produtor e exportador do mundo, também cresce. 

Cada vez mais é comum encontrar com lideranças femininas nas lavouras de café e na região de Franca os números da Cocapec – cooperativa que atende a região, mostram que nos últimos oito anos o aumento da presença feminina na cafeicultura foi de 9%.

Segundo  Saulo de Carvalho Faleiros, Diretor Comercial da Cocapec, a cooperativa vem acompanhando ao longo dos anos o interesse da mulher em participar da rotina das lavouras, sobretudo fazem com maestria as demandas administrativas, garantindo o bom desenvolvimento das produções.

“Nós temos dois movimentos, o da esposa que participa cada vez mais e das filhas dando continuidade nos negócios da família. É nítido a gestão da mulher e o maior cuidado na colheita em geral, por exemplo”, afirma Saulo.

Para a produtora Giane Bisco, trabalhar com cafeicultura é também uma mudança nos rumos da história. 

Ela conta que os avós eram produtores de café, mas seu pai resolveu mudar as direções e trabalhar com soja. 

Além das questões familiares, quando se formou há um tempo atrás, Giane fez o curso de psicologia, porque o pai, conservador, não dava abertura para que fizesse agronomia. 

Segundo Giane, em 1999 ela tomou a decisão de resgatar a vontade de trabalhar com agronegócio e passou investir nas lavouras de café.

“Em todas as decisões, nos planejamentos, em tudo eu participo. Estou sempre atento aos tratos de culturais, como começar a colheita, sempre pensando em boa qualidade”, comenta. Desataca ainda ter sido a primeira mulher a fazer parte do Conselho de Administração da Cocapec.

Já no caso da produtora Taís Silva Fernandes de Miranda, de Nova Resende, no sul de Minas Gerais, a cafeicultura é uma herança familiar. 

“Sempre ajudei meus pais na lavoura e no terreiro e continuei depois que casei. Nossa propriedade é administrada pela família e eu atuo no pós colheita, sempre visando a qualidade do nosso café”, conta. 

Falando em qualidade, em 2018 foi a primeira vez que Taís participou de um concurso no próprio município e recebeu boas notas nos lotes de café. 

“Esse concurso fez com que eu buscasse mais informações de como produzir cafés especiais”, comenta.

Pesquisando sobre o envolvimento das mulheres na cafeicultura, Taís encontrou a IWCA (Aliança Internacional das Mulheres do Café) – uma organização que dá visibilidade às mulheres em toda a cadeia do negócio do café, inspirando e fortalecendo o trabalho e o empoderamento feminino.

“Me tornei filiada e vem me ajudando e agregando muito aprendizado através de mulheres muita inspiradoras e batalhadoras. No ano passado, através da IWCA conheci o concurso Nacional Florada Premiada, onde fiquei entre os 100 melhores cafés na categoria Natural e entre os 26 finalistas na categoria cereja descascado”, conta.

Taís Silva Fernandes de Miranda - Café em Nova Resende/MG
Taís Silva Fernandes Miranda na sua lavoura em Nova Resende/MG

Maria Julia Pereira, também do sul de Minas Gerais, comanda uma produção média de 2500 sacas. Começou a colheita na semana passada, sem grandes problemas.  

E também é um retrato das mulheres que são lideranças nas atividades do campo. Maria participa ativamente das atividades nas lavouras, espera uma boa produção para a safra que está entrando no mercado, destacando que apesar das condições da pandemia do Coronavírus, os trabalhos devem alcançar sem maiores problemas.

Maria Julia Pereira - Nova Resende/MG
Maria Julia acompanha de perto desenvolvimento das lavouras em duas
cidades no sul de Minas Gerais

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