Em seis anos, número de MEIs mais que dobra em Franca, segundo Sebrae

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de abril de 2019 às 21:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:30
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De acordo com levantamento, inscrições de novas empresas totalizaram 18,4 mil em março

Em seis anos, o
número de microempreendedores individuais (MEIs) registrados em Franca mais do
que dobrou, segundo dados divulgados pelo Sebrae-SP.

A alta, que
acompanha uma tendência nacional, repercute em um total de 18.453 novos
empresários cadastrados até março deste ano, 119,21% a mais na comparação com
2014.

Desde então, as
inscrições têm crescido a taxas anuais de até 26,14%.

Além do
desemprego, que leva ao que se denomina empreendedorismo de necessidade, o
consultor do Sebrae Carlos Alberto Araújo enxerga nas vantagens da
regularização cadastral um atrativo para quem quer deixar a informalidade. “As
pessoas estão procurando formalizar essas atividades para poder ter acesso a
capacitação, planejamento, acesso a crédito, para poder por exemplo atuar com
empresas que exigem a emissão de documento fiscal. Há várias empresas que
contratam serviços ou compram produtos que não podem comprar de quem não esteja
formalizado”, explica.

Do total de
microempreendedores de Franca, o comércio varejista voltado a artigos de
vestuário é o ramo que mais atrai novos empreendedores, com 1.607 empresas,
seguido por cabeleireiros, com 1.433, obras de alvenaria, 916, e acabamento de
calçados de couro sob contrato, com 799 cadastros ativos.

Há dois anos e
meio, o designer Luiz Felipe Junqueira Neto, de 35 anos, formalizou seu negócio
voltado ao desenvolvimento, confecção e venda de joias em prata e acessórios em
couro femininos e masculinos.

A decisão lhe
rendeu desde então um aumento de 60% nas vendas, feitas no atacado e no varejo,
com aposta no e-commerce e divulgação nas redes sociais. “Eu
trabalhava, mas não tinha CNPJ, não tinha um registro. Com isso tudo eu consigo
ter mais fornecedores, posso ter mais descontos em mercadorias, automaticamente
posso ter uma conta jurídica no banco, são vários benefícios”, diz.

Hoje,
todo o trabalho, que inclusive atende outras empresas, é realizado em um
escritório de coworking. O próximo passo, segundo ele, é ampliar a produção e
elevar seu negócio ao status de microempresa. “Estou tendo tanta procura
que deixo de fazer coisas para ter uma produção certa. Tem alguns pedidos que
chegam para mim que tenho que limitar”, diz. 

Planejamento de mercado

Ao mesmo tempo em que atrai novos registros, a facilidade de
se tornar um microempreendedor individual – isso é possível presencialmente no
Sebrae, mas também pela internet – revela, em muitos dos casos, um despreparo
inicial dos empreendedores para os desafios do mercado, afirma o consultor do
Sebrae.

A começar pelo modelo de negócio, nem sempre possível de ser
realizado, mesmo quando regularizado. “As pessoas vão lá e abrem, então
constitui-se um CNPJ, mas elas não têm noção ou conhecimento de quais são as
outras leis, as normas municipais, estaduais, e acabam trabalhando de forma
legal, mas em alguns momentos acontece até alguma irregularidade por
desconhecimento disso”, diz Araújo.

A falta de
planejamento, muito em razão da urgência financeira de se começar a atuar, é
também um dos desafios de quem busca empreender, segundo o consultor. “Abrir
o negócio e juridicamente estabelecê-lo como microempreendedor individual é
fácil, mas a questão é quando a pessoa se depara com a realidade do mercado. A
pessoa geralmente entra despreparada na gestão da empresa sem foco em
empreendedorismo, planejamento, relacionamento com cliente, controles
financeiros.”


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