​Faesp está preocupada com a violência no campo e pede solução

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de agosto de 2019 às 15:30
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:46
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Entidade e produtores rurais querem medidas do Estado que solucionam problemas nas várias regiões

O setor rural é tão importante para a economia paulista, mas enfrenta diversos desafios: a criminalidade no campo é um deles. 

A preocupação dos produtores rurais tem aumentado nos últimos anos com o crescimento dos registros de roubos e furtos em suas propriedades. 

Em busca de novas soluções de combate a ação criminosa, o sistema Faesp-Senar, em parceria com a Secretaria da Segurança Pública do Estado e Sindicatos Rurais, tem realizado reuniões sobre segurança ruralem diversas regiões do Estado.

O vice-presidente da Faesp – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), Thyrso Meirelles, explicou à reportagem do Jornal da Franca que muitas reclamações chegaram à entidade e a situação ocorre de maneira generalizada. 

“Nós já conversamos com o governador do Estado, João Dória, com o general Campos, com o coronel Frederico José Diniz e definimos um trabalho de diagnóstico para traçar ações que inibem o crescimento da criminalidade. 

A primeira reunião foi em Ribeirão Preto e a segunda foi em Araçatuba” contou.

De acordo com levantamentos da Faesp, repassados ao governo, entre 2017 e 2018 de um total de 15 mil ocorrências, 76% delas foram relacionadas a crimes de furto, roubo e latrocínio.

“É necessária uma ação imediata dos poderes públicos, levando ao campo a segurança para que o produtor tenha condições de aprimorar cada vez mais a produção com produtividade”, afirmou Meirelles.

No relatório, a Faesp diz que as medidas, se implementadas, poderiam diminuir os índices de criminalidade.

Entre elas, “o aumento da presença ostensiva dos agentes policiais estaduais e municipais” e “a incorporação das informações registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) nos sistemas informatizados da Polícia Militar, o que permitiria maior agilidade e precisão no despacho de viaturas para o atendimento de ocorrências policiais na zona rural”.

Maquinários, insumos agrícolas e gado não são os únicos objetos de roubo no campo. 

Boa parte das ocorrências acontece dentro das residências, de onde os bandidos levam móveis, eletrodomésticos e eletrônicos.

“No momento, o homem do campo tem menos medo do desemprego do que da violência que se instalou, trazendo insegurança permanente ao meio rural”, ressalta Meirelles. 

No encontro de Ribeirão Preto participaram representantes de 50 sindicatos rurais da região.

Luis Francis de Menezes, de Buritizal, explicou que sua região sofreu muito com dezenas de furtos de gado.

“Estou esperançoso com as ações da Faesp e governo do Estado que buscam solucionar esse grave problema”. 

André Scavazza Bianco, do Sindicato de Batatais, explicou que a violência no meio rural é gravíssima. “A partir dessa ação estamos mais confiantes e vamos esperar os resultados”, disse.

O coordenador de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado recebeu documento da Faesp, assinado pelo presidente Fábio Sales Meirelles, solicitando a instalação de um batalhão destinado ao patrulhamento na área rural.

O coronel Diniz explicou ser importante a manifestação dos produtores rurais, pois identifica a ação criminosa. “Estamos criando um canal com os produtores para diagnosticar o perfil da violência no campo e depois junto ao mecanismo disponível buscar soluções aos problemas”, disse.

Por sua vez, o coronel Ronaldo Severo Ramos, assessor especial da presidência da Faesp, afirmou que nos próximos dias a entidade estará recebendo documentos dos sindicatos rurais do Estado com informações detalhadas sobre a criminalidade em cada região para, junto as unidades do governo do Estado, buscar soluções para as necessidades locais.

Ações já em andamento

Dentre as ações já feitas em parceria com a Polícia Militar, a Faesp destaca a criação de conselhos de segurança regionais.

De acordo com o presidente da Faesp, Fábio de Salles Meirelles, os próprios produtores também têm investido em equipamentos de vigilância. 

“Muito tem sido feito, mas, infelizmente, o crime se sofistica também e as estatísticas criminais e a sensação de insegurança aumenta.”

O aumento da violência no campo tem obrigado o produtor a se defender por seus próprios meios, sem poder contar com o poder público na garantia da lei e da ordem, enfim, da sua segurança.

A situação é esdrúxula e contrasta com o que representa o agronegócio para o Brasil. 

Agricultores e pecuaristas não sabem mais o que fazer para dar segurança à sua família e defender suas propriedades, missão do Estado que por omissão não cumpre com sua responsabilidade constitucional.


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