Incidência da Phoma nos cafezais: Doença pode resultar em 43% de quebra

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  • Publicado em 2 de maio de 2020 às 19:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:40
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Queda de temperaturas e o tempo mais seco, característicos da estação, favorece surgimento da doença

A colheita do café arábica do Brasil está prestes a começar nas principais regiões produtoras do país. 

E apesar de tudo indicar que a safra brasileira neste ano será marcada por uma boa produtividade e com grãos de qualidade, a chegada do outono e a queda nas temperaturas ainda pedem que o produtor fique atento com o surgimento de pragas e doenças.

Segundo Matheus Manente, meteorologista da Oráculo Meteorologia, nas regiões produtoras, a tendência é de chuvas cada vez mais esparsas e fracas, com volumes mais baixos e predominância de tempo seco. 

“O maior risco, nas próximas semanas, é a ocorrência de geadas pontuais nas áreas produtoras do Paraná, o que pode prejudicar a produção. Na segunda quinzena de maio e especialmente em junho, geadas também podem ocorrer pontualmente em São Paulo e Minas Gerais”, destaca.

A queda de temperaturas e o tempo mais seco, característicos da estação, favorece surgimento da mancha-de-phoma, doença pode gerar prejuízos ao cafeeiro, como desfolha e seca de ramos.

Segundo Murilo Nascimento Duarte – Analista Técnico Cocapec, a phoma é uma das principais doenças fúngicas do cafeeiro, tendo em vista que acontece desde a fase de formação de mudas no viveiro até a produção da cultura.

Veja o mapa de previsão de temperatura em todo o Brasil: 

Temperaturas primeiras semanas de maio - 24/04

Os prejuízos acontecem sobretudo quando as temperaturas estão mais baixas, próximo de 20º C, tendo sua maior incidência nas áreas com altitudes acima de 900m. Os danos resultam em queda de 15% a 43% na produção. 

“O aparecimento maior da doença é entre abril e maio e depois em setembro e outubro”, explica o analista que a doença tende a aparecer também na transição das outras estações.

Murilo destaca ainda que a doença pode ser considerada  de difícil controle e os defensivos agrícolas têm efeito desde que sejam usados da maneira correta. 

Nas áreas de altas altitudes, é preciso que seja feito um controle também da adubação nitrogenada, porque se trata dos genes vegetativos mais sensíveis. 

“Entre medidas preventivas, está a  implantação de quebra ventos, que contribui de maneira significativa para o manejo integrado da doença”, afirma o especialista.

Se falando em controle químico da ferrugem e da mancha de olho pardo, ele destaca que quando utilizado produtos a base de cobre (oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre), o produtor gera uma proteção das folhas e ramos.

Dentre os fungicidas específicos para o controle de phoma os produtos à base de iprodione, boscalida, tiofanato metílico e triazól associado a estrobilurina, são efetivos quando aplicados preventivamente e a rotação de ingrediente ativo é fundamental.

Ainda segundo as informações do técnico, o fungo ataca as folhas produzindo manchas escuras necróticas de tamanho variado, com lesões localizadas geralmente nas margens das folhas, impedindo o crescimento nessa área e fazendo com que ela fique retorcida.

“Nos ramos causa lesões profundas e escuras, que pode envolver todo ramo causando seca da extremidade e/ou do ponteiro. A morte de botões florais e das brotações novas, a queda de frutos e a má granação dos frutos devido à desfolha, são outros danos causados pela doença”, destaca a Cocapec.

A junção de todos estes fatores refletem no desenvolvimento da planta o que pode comprometer a produtividade futura.

Atuação da Phoma no café - CocapecAtuação da Phoma no café - Cocapec

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