Índice global de fraudes cibernéticas corporativas permanece alto no Brasil

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  • Publicado em 2 de agosto de 2018 às 15:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:54
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Infecção por códigos maliciosos é o problema mais frequente enfrentado pela maioria dos empresários

Fraudes
cibernéticas continuam a atingir em larga escala empresas de todo o mundo. É o
que revela o Relatório Global de Fraude & Risco 2017/2018 da
Kroll, líder mundial em gestão de
riscos e investigações corporativas
, baseado nas informações
fornecidas por 540 executivos de todos os continentes. 86% dos participantes
afirmam ter enfrentado uma situação desta natureza, contra 85% em 2016, o que
aponta que, apesar da maioria contar com medidas de conscientização dos
usuários e diversos controles de segurança implementados, o alto índice
permanece estável.

A infecção
por códigos maliciosos foi o tipo de incidente mais frequente (36%), seguido de
perto por phishing
via e-mail (33%) e violação ou perda de dados de funcionários, clientes e
segredos industriais (27%). Não por acaso, pela primeira vez em 10 anos o
ranking geral da Kroll para todos os tipos de fraudes apresenta o ataque, perda
ou roubo de informações sigilosas como o principal problema enfrentado. A
incidência chegou a 29%, no ano em que ameaças como o WannaCry bloquearam
computadores em dezenas de países, com prejuízos de bilhões de dólares e
colocou a discussão sobre investimentos em segurança digital na agenda da alta
administração. Este ano o relatório prevê que até 2020 os gastos com segurança
cibernética devem ultrapassar US$ 170 bilhões, mais que o dobro investido em
2017.

As situações
não se limitam aos domínios digitais: 21% relataram o roubo de dispositivos de
trabalho – como notebooks, pen drives ou celulares – que continham conteúdo
confidencial sem a devida proteção. Apesar de ser um dos poucos grupos que foi
menos citado que no ano anterior, ainda representa uma ameaça importante.

Software e
sites vulneráveis foram os pontos mais explorados pelos malfeitores para
conseguir o acesso, com 25% e 21% dos casos respectivamente. As fraudes foram
perpetradas por cibercriminosos (34%), ex-funcionários (28%) e concorrentes
(23%).

Ainda que
tenham tomado providências para evitar novos incidentes, mais da metade dos
entrevistados acredita que sua empresa ainda está vulnerável a vírus (62%),
violação de dados (58%) e phishing
por e-mail (57%). Os setores mais impactados por fraudes cibernéticas em 2017
foram construção, engenharia e infraestrutura (93%), telecomunicações,
tecnologia e mídia (92%) e serviços financeiros (89%).

Cenário
brasileiro

No Brasil,
89% dos executivos afirmaram já ter sofrido uma fraude cibernética em suas
companhias, mas, diferente da tendência global, o índice não permaneceu
estável: em 2016, era de apenas 76%. Quase metade dos casos foram contaminações
por códigos maliciosos (45%) e outros 37%, phishing
por e-mail, o que leva os 63% dos respondentes a continuarem preocupados com a
vulnerabilidade do sistema a novos ataques.

Os alvos das
ameaças se concentraram em informações dos clientes (47%) e segredos
industriais ou de pesquisas (44%), sendo que os agentes foram em sua maioria
ex-funcionários (32%) e concorrentes (21%). 80% dos entrevistados acredita que
as fraudes impactaram negativamente a privacidade, segurança e satisfação dos
consumidores (80%), além do moral dos funcionários (76%).

“No
Brasil, a segurança cibernética ainda não se tornou prioridade de muitos
executivos, especialmente nas pequenas e médias empresas, onde continua sendo
vista como uma atribuição apenas da equipe de TI”, destaca Dani Dilkin,
diretor de Segurança Cibernética da Kroll. “A consequência é que controles
e políticas nem sempre estão orientados pelo negócio, e isto pode impactar a
eficiência dos investimentos”, diz.

De acordo
com a experiência de seus especialistas, em seu Relatório Global de Fraude
& Risco 2017/2018, a Kroll propõe às corporações refletirem sobre sete
pontos fundamentais para ter um correto diagnóstico de sua segurança
cibernética e adotar as melhores soluções:

1) Os funcionários compreendem as atuais políticas
e procedimentos?
Os documentos só serão efetivos se forem
claros e objetivos.

2) Os gestores estão obtendo as respostas
que precisam?
E estão fazendo as perguntas certas? O líder
desta área deve saber tudo sobre a estratégia de segurança e ser capaz de
esclarecê-la ao board sempre
que preciso.

3) A empresa envolve todos os gestores na
elaboração das políticas de segurança?
Além da TI, os inputs de
todas as áreas são necessários para chegar a medidas que de fato atendam à
rotina da empresa.

4) Os planos de resposta a incidentes já
foram testados?
Por mais claros que sejam, somente na simulação
de uma situação real será possível verificar sua efetividade.

5) Como a empresa tem avaliado a
efetividade do investimento
realizado em segurança cibernética?
Especialistas como a Kroll podem revisar planos, organização e verbas, dentro
de um contexto global de ameaças e novos recursos.

6) Os líderes estão dando o exemplo?
Se os executivos e o board
adotarem as medidas de segurança, todos os seguirão.

7) A empresa já pensou em ter um
especialista em segurança cibernética em seu board?
Os
prejuízos e consequências dos ataques têm levados muitas empresas a abordar
este tipo de ameaça da mesma forma que os demais riscos críticos
organizacionais, a fim de garantir maior proteção a seus ativos de dados.


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