Projeto Guri promove iniciação musical para crianças e jovens carentes

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 23 de dezembro de 2018 às 08:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:15
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Programa da Secretaria da Cultura oferece formação cultural e inclusão social com cursos

Criado em 1995, o Projeto Guri, da Secretaria da Cultura, é o maior programa sociocultural brasileiro, com cerca de 50 mil alunos atendidos por ano. Em Franca, já está há vários anos praticando com sucesso a inclusão social pela música.

Tem como principais objetivos fortalecer a formação das crianças, adolescentes e jovens como cidadãos integrados positivamente à sociedade e difundir a cultura musical em sua diversidade.

O programa dispõe de diferentes cursos de teoria musical, coral e instrumentos de cordas, madeiras, sopro e percussão, além de oferecer, gratuitamente, materiais didáticos e instrumentos musicais que garantem melhor instrução e preparação dos alunos de 6 a 18 anos de idade.

Periodicamente, eles também participam de apresentações públicas e festivais de música. No Guri, as aulas acontecem no contra turno escolar. O único requisito para a inscrição é a comprovação de frequência regular na escola.

Para o coordenador da Unidade de Formação Cultural da Secretaria da Cultura, Dennis Alexandre Rodrigues, a partir do momento em que passam a integrar o Guri, os alunos recebem atenção que vai além do ensino musical.

“A Amigos do Guri possui metas específicas relativas ao acompanhamento social das crianças, adolescentes e jovens atendidos, observando todas as condições que afetam a vida e o bem estar de cada um – incluindo educação, assistência social, saúde, habitação, cultura, lazer, trabalho e outros”, conta Rodrigues.

Para o educador de Canto do Projeto, Thiago Fagundes de Souza, a música acabou se perdendo nos dias de hoje, mas o Guri busca fazer esse resgate. “O ritual que tínhamos na infância, quando nossos pais nos colocavam para dormir com músicas de ninar, se perdeu atualmente. E o trabalho de canto no coral infantil vem resgatando muitas brincadeiras lá de trás e o legal é que a criança aprende brincando”, diz.

Além de oferecer a chance de participar do projeto, ensinando teorias e práticas musicais sem nenhum custo, o Guri ainda inseri os jovens de forma significativa no universo da música, mostrando como fazer arte com sabedoria e responsabilidade.

“O Guri me proporciona crescimento pessoal e musical, e o que eu mais gosto é de participar das apresentações musicais, interagir com os alunos. Gosto também dos encontros de bandas, entre outras coisas. No momento minha maior motivação é participar do GR, que nos dá essa experiência de tocar com uma orquestra. Futuramente, meus planos são fazer aula na Emesp e entrar para uma faculdade de música”, afirma o ex-aluno de trombone do polo Vinhedo e atual integrante do Grupo de Referência de Jundiaí, Vinícius Ioti Rossi, 17 anos.

Em 2018, a Secretaria de Cultura investiu R$ R$ 94,4 milhões no Guri para que o projeto pudesse continuar garantindo a formação musical as crianças e adolescentes que são o futuro do país. Composto por 381 polos em 288 municípios do Estado, o Projeto possui ainda 58 polos em centros de internação provisória da Fundação CASA.

Para Michel Vicentini Martins, supervisor de canto coral em Jundiaí, o projeto e a música são um mecanismo, uma política pública de cultura democrática. “Você leva a transformação social, cultural e acadêmica. É um objeto de transformação. A música é um instrumento com potencial de transformação humana”, conclui Martins.


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